Na última segunda-feira (27 de abril), deu-se início a greve dos
professores da rede estadual pela segunda vez em 2015 em frente à Assembleia
Legislativa. Os servidores protestavam contra a votação do projeto de lei
252/2015, de Beto Richa (PSDB), que autoriza o governo a mexer no fundo de
previdência dos servidores públicos do estado, a Paranáprevidência. A intenção
do governador é utilizar esses recursos para cobrir o rombo nas contas públicas
provocado pela má gestão nos quatro anos anteriores.
Os confrontos mais intensos começaram na madrugada de terça-feira (28),
onde os policiais lançaram gás lacrimogênio sobre os professores durante a
noite, para que os mesmos deixassem de acampar na Praça dos Três Poderes.
Durante a manhã de terça, os professores tentaram afastar as grades do entorno
da ALEP, o que gerou um confronto com bombas, tiros de borracha e spray de
pimenta, no restante do dia o manifesto seguiu de forma relativamente
tranquila.
Quarta-feira (29) foi o dia onde ocorreram os confrontos mais intensos,
desde a madrugada os policiais já tentavam invadir o espaço do acampamento com
grades para impedir que os manifestantes se aproximassem da ALEP, houve o
primeiro confronto do dia da votação, de fato. Durante o dia, aumentaram
significativamente a quantidade de manifestantes, entre eles professores,
alunos e universitários e integrantes do MST. Segundo a PM, estavam presente
cerca de 7 mil manifestantes. Por volta das 14:30hrs, quando os deputados
começaram a chegar na ALEP, os policiais recuaram para cima dos manifestantes,
lançando bombas de efeito moral até mesmo de um helicóptero, spray de pimenta e
balas de borracha para que os manifestantes dispersassem e fossem impedidos,
por policiais portando cães, de assistir à votação. Foi um cenário de guerra,
com mais de 200 feridos. Entre o cerco policial, 50 militares deverão ser
exonerados por se negarem a lançar bombas e gás de pimenta nos manifestantes, a
informação foi confirmada pela PM.
Quanto à
votação, Assembleia aprova por 31 votos a 20 o confisco da poupança
previdenciária de servidores públicos. O governador quer confiscar R$ 150 milhões mensais do
fundo de previdência, que poderão ficar sem aposentadorias e pensões num futuro
próximo. Ao ano, Richa quer “meter a mão” em R$ 2 bilhões da Paranáprevidência.
Um CMEI (Centro Municipal de Educação Infantil) da Prefeitura de Curitiba, que fica no Centro Cívico, teve que ser evacuado porque as crianças estavam sendo afetadas pela fumaça do gás lacrimogêneo lançado contra manifestantes.
A transmissão ao vivo do confronto foi interrompida
devido ao ferimento do profissional Vanderlei Nunnes, cinegrafista da TV 15 e
do Blog do Esmael, que foi atacado covardemente pelo ar. O equipamento foi
completamente destruído.
As cenas da covardia de Beto Richa circularam pelas principais agências de notícias do mundo. Confira imagens:
Referência Bibliográfica
ESMAEL MORAES. No Paraná, após 200 feridos, Assembleia aprova
por 31 votos a 20 confisco da poupança previdenciária dos servidores.
Disponível em: http://www.guiaglobal.com.br/noticia-no_parana_apos_200_feridos_assembleia_aprova_por_31_votos_a_20_confisco_da_poupanca_previdenciaria_dos_servidores-6725.
Acesso em: 30/04/2015
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